Funcionamento da Língua
Funcionamento da Língua | |
Frase simples | Tipos de Sujeito Tipos de Predicado Sintagma Nominal e Sintagma Verbal - nível 1 Sintagma Nominal e Sintagma Verbal - nível 2 Sintagma Nominal e Sintagma Verbal - nível 3 Sujeito e Predicado nível 1 Sujeito e Predicado nível 2 Sujeito e Predicado nível 3 Verbos Transitivos e Intransitivos Adjectivos com Função de Atributo |
Redução e extensão de frases | Redução de frases |
Frase complexa | Coordenação Subordinação Conjunções |
SUJEITO | |
Sujeito — Para pensar e falar das coisas, recorremos, em português, à predicação, distinguindo um ser da acção ou processo que lhe atribuímos. O Pedro lê um livro. Verificamos que um dos constituintes desta frase serve para identificar o ser de que falamos — "O Pedro", enquanto o outro exprime a acção que lhe atribuímos — "lê um livro". O primeiro é o sujeito e o segundo o predicado. Sujeito simples — É aquele que designa um só ser ou um conjunto de seres. O carro é meu. Sujeito composto — É aquele que designa dois ou mais seres ou conjuntos de seres, considerados independentemente. O António e a Sofia são irmãos. Para que o sujeito seja composto é necessário que os seres ou conjuntos que o constituem sejam diferenciados. O António e a Sofia são irmãos. (sujeito composto) Sujeito subentendido — É aquele que, sendo conhecido, não está expresso na oração. O António e a Sofia são irmãos e estudam juntos. A segunda oração tem o mesmo sujeito da primeira e por isso não é necessário exprimi-lo. Sujeito indeterminado — Trata-se de um sujeito que não podemos, ou não queremos, identificar. Normalmente implica a colocação do verbo na 3ª pessoa do plural ou na 3ª do singular acompanhado do pronome se. Dizem que vai haver eleições. Orações sem sujeito — Há em português alguns processos que não são atribuídos a qualquer sujeito. Diz-se então que o sujeito é inexistente: • verbos meteorológicos (chover, nevar, trovejar, etc.); Ontem, choveu muito. • verbo haver, usado no sentido de "existir"; Há muita gente preocupada. • verbo ser, quando indica tempo; É amanhã que fazemos teste. • verbos ir, fazer e haver, quando indicam tempo decorrido. Vai para quinze dias que não nos vemos. Representação do sujeito O sujeito pode ser representado por O meu irmão saiu. |
PREDICADO | |
O predicado, constituinte essencial da oração, é aquilo que se declara acerca de um sujeito. O núcleo do predicado é sempre um verbo, daí que ele assuma formas diferentes, conforme a natureza do verbo. Predicado verbal — É constituído por um verbo significativo, que podem ser intransitivos ou transitivos. Verbos intransitivos — São aqueles que possuem sentido completo, não carecendo, por isso, de qualquer complemento. O meu sobrinho já nasceu. Verbos transitivos São aqueles que, possuindo embora significação, se revelam insuficientes para exprimir integralmente a acção, precisando, portanto, de ser completados. Esse complemento pode ligar-se directamente ao verbo (complemento directo) ou por intermédio de uma preposição (complemento indirecto). Em alguns casos o verbo exige os dois tipos. Os rapazes jogam futebol. (CD - "futebol") Predicado nominal — O núcleo do predicado é um verbo de ligação (verbo copulativo, ou verbo predicativo), sem significação definida, pelo que exige a presença de um elemento que lhe conceda sentido. Esse elemento designa-se predicativo do sujeito. Esta paisagem é bonita. ("bonita" - predicativo do sujeito) Os principais verbos de ligação são: ser, estar, parecer, andar, continuar, ficar, permanecer... Só o verbo ser é sempre copulativo. Os restantes são verbos de significação definida que, em certos contextos, perdem o seu sentido próprio e funcionam como copulativos. O meu irmão está em casa. (verbo significativo) Além dos indicados, há outros verbos significativos que podem ser usados como copulativos. |
COMPLEMENTO DIRECTO | ||||||||||||||||||||
Complementos do verbo — O verbo é o núcleo do predicado. Por vezes é suficiente, por si só, para exprimir a acção atribuída ao sujeito. Diz-se então que o verbo é intransitivo, porque a acção não "transita", não passa para um complemento: O actor F morreu. Por vezes e existência junto ao verbo de outros elementos pode induzir-nos em erro. No último exemplo apresentado, verificamos que a oração não termina no verbo ("ontem", "de Bruxelas"). No entanto, esses elementos não são complementos do verbo: limitam-se a explicitar algumas circunstâncias que envolvem a acção — o tempo e o lugar. São, portanto, complementos circunstanciais, que estudaremos em outro lugar. Há no entanto muitos outros verbos que necessitam de um complemento para caracterizar com clareza a acção atribuída ao sujeito. São os verbos transitivos, assim designados porque a acção "transita" ou passa do verbo para um outro elemento. Trata-se do complemento directo e do complemento indirecto. Vejamos o que caracteriza o complemento directo. Complemento directo — Indica o ser sobre o qual recai directamente a acção expressa pelo verbo. O meu pai comprou um carro. Neste exemplo, encontramos um sintagma que representa o sujeito e um verbo para exprimir a acção atribuída ao sujeito (comprou). No entanto, o verbo revela-se insuficiente para caracterizar de forma clara a acção; daí a necessidade de introduzir um novo elemento (complemento directo) para identificar o objecto sobre o qual recai a acção. Este complemento diz-se directo, porque a acção "transita" directamente do verbo para o complemento, sem recurso a um elemento intermediador. Então, a oração pode ser representada do seguinte modo:
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COMPLEMENTO INDIRECTO | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Complementos do verbo — Sabemos que os verbos transitivos podem ter complemento directo, complemento indirecto, ou ambos. Vejamos agora o caso do complemento indirecto. Complemento indirecto — Alguns verbos transitivos exigem a presença de um complemento que identifique o ser sobre o qual se exerce indirectamente a acção expressa pelo verbo, isto é, o paciente da acção. Esse complemento é geralmente introduzido pela preposição "a". É a presença desse elemento intermediador (a preposição) que justifica a classificação de complemento indirecto. O Miguel escreveu ao tio. Em esquema, essa situação pode ser representada da seguinte maneira:
Frequentemente um verbo exige a presença dos dois complementos (directo e indirecto), classificando-se então como transitivo directo e indirecto. É o que acontece na frase Eu mandei um postal ao Pedro. que pode ser representada esquematicamente assim:
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